Pensações

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quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Uma eleição marcada pela rejeição


Contra quem você vai votar? Inusitadamente essa era a pergunta a ser feita na contra face da
habitual “em quem você vai votar?”.

Os números explicam o porquê.

No último domingo, mais de 117 milhões de brasileiros saíram às urnas para votar após uma
disputa eleitoral digna de roteiro cinematográfico. Com direito a candidatura de um presidiário
(que não durou, mas sua sombra – ou alma – permaneceu candidata), tentativa de homicídio
de presidenciável, redes sociais num turbilhão de golpes e contra golpes, textão, xingamentos
e fake news, uma hashtag que ganhou o mundo, propagandas políticas que ensinavam
didaticamente em quem votar para não eleger esse ou aquele candidato.

 Ah! E houve
passeatas. Claro, política! Mas, nessas eleições cheias de novidades, surgiram as passeatas
contra fulano, em dissonância com a prática das bandeiradas e carreatas cheias de apoiadores.
No final das contas, construímos um cenário de menos apoio e mais rejeição, menos propostas
e mais desconstrução. Nossos olhos não estavam voltados apenas para em quem votar, mas
também para quem faria frente de vitória contra quem não queríamos, de forma alguma, no
posto máximo da nação.

E assim, com ticket de passagem direta para o segundo turno, estão, pasmem, os dois
candidatos com maior nível de rejeição pelo eleitorado, de acordo com pesquisa Ibope
(06/07/2018). Jair Bolsonaro do PSL com 46,03% e Fernando Haddad com 29,28%.
É o segundo turno da rejeição.

No primeiro turno, um em cada cinco brasileiros aptos a votar não compareceram às suas
seções. Já entre os que votaram, 8,79% foram de nulos ou brancos. E os votos registrados nas
urnas não fazem valer a máxima da democracia, cujo voto é a garantia máxima do poder de
escolha de um povo. Cujo voto elege, elenca, destaca e, não tem a serventia, de tirar do páreo
o que parece insuportável.

Em pesquisa publicada nesta tarde, o Datafolha aponta Jair Bolsonaro com 54% das intenções
de votos e Fernando Haddad Com 46%.
É uma luta entre a extrema direita capitaneada pelo candidato do PSL e o maior representante
da esquerda, o PT.

Ao que parece. nossas opções para o próximo dia 28 de outubro, dia do segundo turno das
eleições para presidente, estão entre o amor e ódio. Entre um candidato que propõe
mudanças que, de tão radicais, teríamos que procurar outro nome para o país do carnaval e
um senhor que, de tão arraigado ao passado, vendeu o corpo para uma alma das antigas.

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