Pensações

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segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Você não é eternamente responsável pelo que cativas

"Você é eternamente responsável pelo que cativas." - O Pequeno Príncipe

Essa máxima de Antoine Saint-Exupéry é repetida em diversas ocasiões com o intuito de expressar a importância que devemos dar às pessoas que passam pela nossa vida. Mas ela me soa um tanto escravagista. Tudo bem, o cara mandou bem em diversas citações do referido clássico, mas pra essa aí eu torço a boca.

Partilhamos em uma sociedade que nos solicita a simpatia, o bom trato com o próximo, a educação como princípio de relações (bom, pelo menos assim entendo) e, naturalmente, vamos conquistando pessoas, colegas e amigos (para resumir) em nossas trocas. 

Aí, numa terça-feira a tarde, você é apresentado a alguém que não lhe causa simpatia alguma, mas a recíproca não é verdadeira.

Então, por ter sido gentil, atraído a simpatia alheia, cativado alguém, até mesmo sem querer, você será "eternamente responsável" por essa pessoa? Como se, a partir daquele momento, você terá que prestar atenção em toda sua conversa, atender ao telefone mesmo sem querer, receber em sua casa, responder ao whatsapp e sei lá mais quantas invasões disfarçadas e, ainda, eternamente?

Senhor digníssimo Antoine Saint-Exupéry, cujo livro li várias vezes e admiro, eu não sou responsável por tudo que cativo, nem hoje, muito menos eternamente. Caso contrário, teria que chamar para o café da tarde todos os trabalhadores da obra aqui do lado.

Não sou obrigada! 

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