Pensações

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sexta-feira, 20 de março de 2009

Liberdade

Eu gosto da liberdade. Essa a quem nunca ninguém conseguiu traduzir, classificar. Eu gosto que as pessoas tenham liberdade e possam agir de acordo com seus próprios corações, sem interrogações externas, sem julgamentos, sem olhares de canto de olho.
Pelo que tenho pensado ultimamente, liberdade é uma fantasia, utópico desejo dos sonhadores das noites. Liberdade não é anarquia, não é desaforo, não é desrespeito. Mas todas as pessoas que tentaram se aproximar dela foram taxadas de inconsequentes, insanos, imaturos.
Ao contrário do que todos pensam, a liberdade vai se esvairindo pelos nossos poros à medida que amadurecemos. Quando crianças, adolescentes, reclamávamos que não podíamos ir à boate, brincar na roda gigante e praticar os inúmeros nãos que nossos pais impunham e que sempre nos impeliam a gritar: "Eu não tenho liberdade".
Mas é mentira. Quanto mais crescemos, mais abandonamos essa maravilha inexplicável. O sistema, o chefe, o deadline, os filhos, os amantes. Todos eles nos tiram, gota a gota, como dizia o poeta "essa tal liberdade" (ou seria "essa tal felicidade"?). Nem os hippies têm liberdade. Estamos todos presos a essa teia de ações e reações, através da qual não damos um passo sequer sem questionar, mesmo que internamente, o que o outro vai pensar.
Assim como a felicidade, temos pequenos momentos de liberdade. Portanto, se não existe felicidade plena, não existe, também, liberdade plena.
O caso da felicidade é um pouco mais fácil de resolver: pílulas, psicólogos, bebedeiras, drogas, sexo. Mas a liberdade, não. Sempre teremos o pudor de sermos livres, de ir ao casameto de chinelo de dedos, de fazer dedinho para um motorista que nos fecha no trânsito.
O pudor é a algema da liberdade. E mesmo que tentemos, não conseguiríamos a chave que abre essa prisão, pois existem milhões de pessoas que nos cercam e podem até nos prender de verdade, assim como aconteceu com Jim Morrison ao mostrar o pinto no pauco para milhares de fãs.
E quantos Jim Morrisons não existem por aí, sem querer chegar a tanto, apenas buscando um dedo a mais de espaço num mundo tão metódico, trancados em seus apartamentos apertados tentando entender quem inventou essa porra de liberdade?

2 comentários:

Unknown disse...

É amore o pudor é a trava da liberdade....... E viva os psicólogos, pílulas, bebedeiras e sexo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Felipe disse...

Não confunda "liberdade" com "libertinagem"... rsrs

Faço das suas as minhas palavras, e mais... o problema é que vivemos numa sociedade hipocrita, que repreende grande parte de nossas atitudes, mas que no passado faziam igual o pior...