Amanhã?
Amanhã ainda é cedo
Deixa...
Deixa o medo pra lá
Pra quê correr?
O ano já virou
E deus prometeu nova primavera
E deus quando promete, deus cumpre
Vai chorar?
Melhor não abusar
Reviste à sua volta
Amanhã, invista em pesquisar
Posso te ajudar?
Vamos deixar pra fevereiro
Já lhe disse...
Amanhã ainda é cedo
Não é perfeita?
Mesmo com a métrica manqueta
Ainda dá pra aperfeiçoar
Pode ser depois que o dia acabar
Acreditou?
Não fale tanto: sim, senhor
Amanhã ainda é cedo
Ontem já foi....tarde.
Esse blog é uma tentativa de não usar Prozac. Escrever é uma doença incurável. Mas, com certeza, uma das mais belas doenças.
Pensações
segunda-feira, 23 de março de 2009
sexta-feira, 20 de março de 2009
Liberdade
Eu gosto da liberdade. Essa a quem nunca ninguém conseguiu traduzir, classificar. Eu gosto que as pessoas tenham liberdade e possam agir de acordo com seus próprios corações, sem interrogações externas, sem julgamentos, sem olhares de canto de olho.
Pelo que tenho pensado ultimamente, liberdade é uma fantasia, utópico desejo dos sonhadores das noites. Liberdade não é anarquia, não é desaforo, não é desrespeito. Mas todas as pessoas que tentaram se aproximar dela foram taxadas de inconsequentes, insanos, imaturos.
Ao contrário do que todos pensam, a liberdade vai se esvairindo pelos nossos poros à medida que amadurecemos. Quando crianças, adolescentes, reclamávamos que não podíamos ir à boate, brincar na roda gigante e praticar os inúmeros nãos que nossos pais impunham e que sempre nos impeliam a gritar: "Eu não tenho liberdade".
Mas é mentira. Quanto mais crescemos, mais abandonamos essa maravilha inexplicável. O sistema, o chefe, o deadline, os filhos, os amantes. Todos eles nos tiram, gota a gota, como dizia o poeta "essa tal liberdade" (ou seria "essa tal felicidade"?). Nem os hippies têm liberdade. Estamos todos presos a essa teia de ações e reações, através da qual não damos um passo sequer sem questionar, mesmo que internamente, o que o outro vai pensar.
Assim como a felicidade, temos pequenos momentos de liberdade. Portanto, se não existe felicidade plena, não existe, também, liberdade plena.
O caso da felicidade é um pouco mais fácil de resolver: pílulas, psicólogos, bebedeiras, drogas, sexo. Mas a liberdade, não. Sempre teremos o pudor de sermos livres, de ir ao casameto de chinelo de dedos, de fazer dedinho para um motorista que nos fecha no trânsito.
O pudor é a algema da liberdade. E mesmo que tentemos, não conseguiríamos a chave que abre essa prisão, pois existem milhões de pessoas que nos cercam e podem até nos prender de verdade, assim como aconteceu com Jim Morrison ao mostrar o pinto no pauco para milhares de fãs.
E quantos Jim Morrisons não existem por aí, sem querer chegar a tanto, apenas buscando um dedo a mais de espaço num mundo tão metódico, trancados em seus apartamentos apertados tentando entender quem inventou essa porra de liberdade?
Pelo que tenho pensado ultimamente, liberdade é uma fantasia, utópico desejo dos sonhadores das noites. Liberdade não é anarquia, não é desaforo, não é desrespeito. Mas todas as pessoas que tentaram se aproximar dela foram taxadas de inconsequentes, insanos, imaturos.
Ao contrário do que todos pensam, a liberdade vai se esvairindo pelos nossos poros à medida que amadurecemos. Quando crianças, adolescentes, reclamávamos que não podíamos ir à boate, brincar na roda gigante e praticar os inúmeros nãos que nossos pais impunham e que sempre nos impeliam a gritar: "Eu não tenho liberdade".
Mas é mentira. Quanto mais crescemos, mais abandonamos essa maravilha inexplicável. O sistema, o chefe, o deadline, os filhos, os amantes. Todos eles nos tiram, gota a gota, como dizia o poeta "essa tal liberdade" (ou seria "essa tal felicidade"?). Nem os hippies têm liberdade. Estamos todos presos a essa teia de ações e reações, através da qual não damos um passo sequer sem questionar, mesmo que internamente, o que o outro vai pensar.
Assim como a felicidade, temos pequenos momentos de liberdade. Portanto, se não existe felicidade plena, não existe, também, liberdade plena.
O caso da felicidade é um pouco mais fácil de resolver: pílulas, psicólogos, bebedeiras, drogas, sexo. Mas a liberdade, não. Sempre teremos o pudor de sermos livres, de ir ao casameto de chinelo de dedos, de fazer dedinho para um motorista que nos fecha no trânsito.
O pudor é a algema da liberdade. E mesmo que tentemos, não conseguiríamos a chave que abre essa prisão, pois existem milhões de pessoas que nos cercam e podem até nos prender de verdade, assim como aconteceu com Jim Morrison ao mostrar o pinto no pauco para milhares de fãs.
E quantos Jim Morrisons não existem por aí, sem querer chegar a tanto, apenas buscando um dedo a mais de espaço num mundo tão metódico, trancados em seus apartamentos apertados tentando entender quem inventou essa porra de liberdade?
domingo, 8 de março de 2009
Vontade de viajar
Vontade de viajar. Talvez pra Terra do Nunca, onde Peter Pan e eu pudessemos bater altos papos. Talvez para o país das Maravilhas, onde eu seria Alice e deixaria a pobrezinha descansar um pouco do cresce e diminui. Beber uma cerveja com Sancho Pança e dar um sonífero para Dom Quixote dormir e nos deixar em paz sem falar de seus moinhos e castelos.
Vontade de viajar pra lua e ver de longe nosso Planeta, porque de longe se enxerga melhor, talvez algumas respostas das minhas infinitas perguntas eu pudesse achar.
Mas, queria mesmo, viajar pra dentro de mim e entender o porquê de eu ser assim...
Queria ir para a ONU, para a Casa Branca. Fazer uma revolução. Tirar a roupa, gritar por um mundo melhor. Queria ser heroína. Estou me preparando para ser.
Tomarei opinião com Peter, talvez essa noite ele venha me buscar e flutuaremos como duas crianças entre as estrelas, até chegarmos ao portal.
Vontade de viajar....
Vontade de viajar pra lua e ver de longe nosso Planeta, porque de longe se enxerga melhor, talvez algumas respostas das minhas infinitas perguntas eu pudesse achar.
Mas, queria mesmo, viajar pra dentro de mim e entender o porquê de eu ser assim...
Queria ir para a ONU, para a Casa Branca. Fazer uma revolução. Tirar a roupa, gritar por um mundo melhor. Queria ser heroína. Estou me preparando para ser.
Tomarei opinião com Peter, talvez essa noite ele venha me buscar e flutuaremos como duas crianças entre as estrelas, até chegarmos ao portal.
Vontade de viajar....
segunda-feira, 2 de março de 2009
A um passo da realidade
Estou....sim, um pouco embaralhada, a um passo da realidade. Essa fronteira movediça me da medo. Nunca poderei admitir que cheguei até aqui por vontade própria. Vim até aqui de carruagem. Ar fresco no rosto, linda paisagem. Estou a um passo da realidade.
No meu caminho, até aqui, apenas alguns buracos despistados por lindas flores plantadas ao redor. Trouxe-me a carruagem no rosto, um relógio de vontades. Estou a um passo da realidade.
Devaneei por todo caminho passado. Chuvas de algodão me rodearam. Meus vestidos, minhas luvas, a verdade os levaram. Estou a um passo da realidade.
Pediu-me para descer o violeiro embriagado. Era meu amigo, muitas canções cantamos sorrindo nas noites quentes a andar. Agora, parece sério, disse que para mim nunca deixaria de cantar, mas sussurou baixinho com duas notas e um refrão: "já é hora, vá agora." Estou a um passo da realidade.
Ali está ela. Por que me trouxeram até aqui? Achei que seria outro o caminho. Doem meus pés, levaram meus sapatos, vejo alguns espinhos. Ao partir da carruagem, ar fresco no rosto, linda paisagem. Entregaram-me à realidade.
No meu caminho, até aqui, apenas alguns buracos despistados por lindas flores plantadas ao redor. Trouxe-me a carruagem no rosto, um relógio de vontades. Estou a um passo da realidade.
Devaneei por todo caminho passado. Chuvas de algodão me rodearam. Meus vestidos, minhas luvas, a verdade os levaram. Estou a um passo da realidade.
Pediu-me para descer o violeiro embriagado. Era meu amigo, muitas canções cantamos sorrindo nas noites quentes a andar. Agora, parece sério, disse que para mim nunca deixaria de cantar, mas sussurou baixinho com duas notas e um refrão: "já é hora, vá agora." Estou a um passo da realidade.
Ali está ela. Por que me trouxeram até aqui? Achei que seria outro o caminho. Doem meus pés, levaram meus sapatos, vejo alguns espinhos. Ao partir da carruagem, ar fresco no rosto, linda paisagem. Entregaram-me à realidade.
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