Preto pobre na macumba
Preto velho no terreiro
Preto bom
Mãezinha das noites da Bahia
Das brumas de Amado
Das espumas da Deusa do mar
Erva para banho
Banho de cheiro
Banho de amor
Toque de tambor antigo
Esconde o gemido
Da mulher provedora
Saias em ciranda
Te todas as cores
Do pano branco
Se eu soubesse pintar
As saias seriam de ar
As moças libertas pra dar
O mundo redondo da foto
O brilho reto do par
A coxa não é só para andar
Esse blog é uma tentativa de não usar Prozac. Escrever é uma doença incurável. Mas, com certeza, uma das mais belas doenças.
Pensações
sexta-feira, 26 de outubro de 2007
Nas noites de lua cheia
As noites de lua cheia
São feitas de pó de rede no ar
Molduras de quadros roubados
As noites de lua cheia
Têm sombras dos meninos da areia
Cinzas das fogueiras da inquisição
As noites de lua cheia
São grávidas de sonhos mundanos
Apóstolos da ceia do botequim
As noites de lua cheia
Têm bancos de nuvens invisíveis
Balanços de sorvete de creme
As noites de lua cheia
São casadas com o nada do balanço das folhas
Com a volta da interrogação
As noites de lua cheia
Escondem duendes nas escadas
Raios de estrelas encantadas
Nas noites de lua cheia
O saci perde seu charuto
Não há traquinagem no escuro
Nas noites de lua cheia
Bruxas voam sem vassoura
Os grilos entoam versos em português
Nas noites de lua cheia
Não há medo da perda do falo
Há apenas o homem-lobisomem
São feitas de pó de rede no ar
Molduras de quadros roubados
As noites de lua cheia
Têm sombras dos meninos da areia
Cinzas das fogueiras da inquisição
As noites de lua cheia
São grávidas de sonhos mundanos
Apóstolos da ceia do botequim
As noites de lua cheia
Têm bancos de nuvens invisíveis
Balanços de sorvete de creme
As noites de lua cheia
São casadas com o nada do balanço das folhas
Com a volta da interrogação
As noites de lua cheia
Escondem duendes nas escadas
Raios de estrelas encantadas
Nas noites de lua cheia
O saci perde seu charuto
Não há traquinagem no escuro
Nas noites de lua cheia
Bruxas voam sem vassoura
Os grilos entoam versos em português
Nas noites de lua cheia
Não há medo da perda do falo
Há apenas o homem-lobisomem
sábado, 20 de outubro de 2007
Carta para minha irmã
Minha Branca,
Cada dia é uma taça de vinho
O tempo nos ensina muita coisa. Ouvir sua suave voz que passa como o vento no amanhecer em frente ao mar é a grande sabedoria da vida. Nunca estamos prontos. Não estamos prontos para viver, e dentro da vida, não estamos prontos para dividir com igualdade, olhar com imparcialidade, subtrair de nós mesmos pela necessidade, dançar sem nenhuma vergonha, amar sem sombra de pudor. Não estamos prontos para falar da morte, dos aviões que caem, do dia que esperávamos dar sol para a piscina, da roupa que não cabe mais, do amor que se foi, da juventude que se despede dia-a-dia, silenciosa...
Cada dia é uma taça de vinho. Viver é como o vinho. O seco, às vezes amargo ou ácido, nos parece o pior. Se alguém nos descrevesse um vinho seco, não aceitaríamos tomar nem um gole.Teríamos a sensação de que não agrada ao paladar, afinal, não é doce. Só provando mesmo para saber. Mas quando amaduremos, experimentamos aquele vinho que antes nos fazia apertar a língua e conseguimos entender sua generosidade. É o melhor acompanhamento de uma refeição, é tempero para carnes e molhos suculentos, é objeto de estudo e interesse geral. Diferente do suave, que tem gosto doce e agradável, que quando jovens nos parecia a melhor opção, o vinho seco é, cada vez melhor, quanto cada vez mais velho. São como nossos dias...
O vinho suave é doce...mas não combina com quase nada, não forma par perfeito com as refeições, não tem variáveis infinitas, não tem multiplicidade, as diferenças entre eles são poucas. Por isso, nem sempre o que é doce é o melhor. São como os dias.
O sábio é aquele que saboreia o vinho. Interessa-se por sua safra, o tipo de uva, sua cor, sua densidade, seu corpo. Ele quer a diferença, ele quer novos cheiros, ele quer atiçar os sentidos. Um só sabor não permitiria tal façanha.
E a melhor parte disso tudo é quando conseguimos conceber que o bom da vida é isso. Não teria graça alguma tomar apenas vinhos doces. Iríamos enjoar. Alguns dias são doces...
Há dias secos e demi-secos. Vivemos com o único propósito de evitar a todo custo os dias secos. Mas eles são como esse tipo de vinho. No final, percebemos que foram os melhores, nos interessamos por eles e incorporamos a certeza de que mesmo apertando a guela, assim como o choro preso, no final saímos mais enriquecidos.
Todas as pessoas já viveram dias demi-secos. Um pouco de dor, um tanto de tédio, uma colher de brigas, uma porrada na boca do estômago, uma gripe, a ressaca. Os sábios tiram dele algum proveito também. E como disse lá em cima, sábio é quem escuta o tempo.
Escutar o tempo, bebendo nossos dias como taças de vinho seco. Um par perfeito, como um tinto seco e uma massa ao molho sugo.
Cada dia é uma taça de vinho
O tempo nos ensina muita coisa. Ouvir sua suave voz que passa como o vento no amanhecer em frente ao mar é a grande sabedoria da vida. Nunca estamos prontos. Não estamos prontos para viver, e dentro da vida, não estamos prontos para dividir com igualdade, olhar com imparcialidade, subtrair de nós mesmos pela necessidade, dançar sem nenhuma vergonha, amar sem sombra de pudor. Não estamos prontos para falar da morte, dos aviões que caem, do dia que esperávamos dar sol para a piscina, da roupa que não cabe mais, do amor que se foi, da juventude que se despede dia-a-dia, silenciosa...
Cada dia é uma taça de vinho. Viver é como o vinho. O seco, às vezes amargo ou ácido, nos parece o pior. Se alguém nos descrevesse um vinho seco, não aceitaríamos tomar nem um gole.Teríamos a sensação de que não agrada ao paladar, afinal, não é doce. Só provando mesmo para saber. Mas quando amaduremos, experimentamos aquele vinho que antes nos fazia apertar a língua e conseguimos entender sua generosidade. É o melhor acompanhamento de uma refeição, é tempero para carnes e molhos suculentos, é objeto de estudo e interesse geral. Diferente do suave, que tem gosto doce e agradável, que quando jovens nos parecia a melhor opção, o vinho seco é, cada vez melhor, quanto cada vez mais velho. São como nossos dias...
O vinho suave é doce...mas não combina com quase nada, não forma par perfeito com as refeições, não tem variáveis infinitas, não tem multiplicidade, as diferenças entre eles são poucas. Por isso, nem sempre o que é doce é o melhor. São como os dias.
O sábio é aquele que saboreia o vinho. Interessa-se por sua safra, o tipo de uva, sua cor, sua densidade, seu corpo. Ele quer a diferença, ele quer novos cheiros, ele quer atiçar os sentidos. Um só sabor não permitiria tal façanha.
E a melhor parte disso tudo é quando conseguimos conceber que o bom da vida é isso. Não teria graça alguma tomar apenas vinhos doces. Iríamos enjoar. Alguns dias são doces...
Há dias secos e demi-secos. Vivemos com o único propósito de evitar a todo custo os dias secos. Mas eles são como esse tipo de vinho. No final, percebemos que foram os melhores, nos interessamos por eles e incorporamos a certeza de que mesmo apertando a guela, assim como o choro preso, no final saímos mais enriquecidos.
Todas as pessoas já viveram dias demi-secos. Um pouco de dor, um tanto de tédio, uma colher de brigas, uma porrada na boca do estômago, uma gripe, a ressaca. Os sábios tiram dele algum proveito também. E como disse lá em cima, sábio é quem escuta o tempo.
Escutar o tempo, bebendo nossos dias como taças de vinho seco. Um par perfeito, como um tinto seco e uma massa ao molho sugo.
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
É pra rir ou pra chorar?
Meu amigo me mandou. Achei indispensável para a véspera de feriado!
"O governo Lula é igual a camisinha:
A camisinha permite inflação, impede produção, destrói a próxima geração, protege um bando de porras
e ainda transmite um sentimento de segurança, enquanto na verdade, está fodendo alguém."
"O governo Lula é igual a camisinha:
A camisinha permite inflação, impede produção, destrói a próxima geração, protege um bando de porras
e ainda transmite um sentimento de segurança, enquanto na verdade, está fodendo alguém."
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
Deputados Mineiros: como eles votaram na CPMF
Pelo fato de ainda acreditar nas pessoas, nas coisas e no Brasil, continuo usando meu blog para desabafar com os amigos algumas coisas que não estão pela ordem da justiça. O plenário da Câmara dos Deputados aprovou ontem, em segundo turno, o texto principal da proposta que prorroga a cobrança da CPMF e a DRU (Desvinculação das Receitas da União) até 2011. Não quero aqui levantar questões amplas e formatadas. Mas como disse lá em cima, ainda acredito. Portanto, acredito que o voto ainda é uma ferramenta de manifestação democrática. Com todas as questões que permeiam seu exercício como ser facultativo ou não, comprado ou não, manipulado ou não, ainda acredito que não inventamos uma maneira melhor de dar voz à massa, ao povo.
Aos mais desavisados, digo que uma pessoa que não se interessa por política, que vota em qualquer um ou em ninguém, deveria ter vergonha de se dizer cidadão. Quando votamos errado, não votamos apenas por nós. Votamos por um país inteiro. E essa é a grande responsabilidade.
Devemos pensar com cautela, analisar, nos informar, perguntar, nos interessar. Afinal, somos responsáveis. Mas, sem delongas, alguém deve estar se perguntando: que diabos essa mulher vem falar de política? Ano que vem que é ano eleitoral...
Vou informar como ficou o painel da votação a favor da CPMF em relação a alguns partidos e ao estado de Minas Gerais. Aos amigos, um presente para posterior análise de seu voto (afinal, tenho pouquíssimos amigos fora das Minas Gerais).
Do partido rosa, PT, não salvou nenhum dos 76 votos. Todos votaram para a continuação da CPMF. Em Minas temos os Deputados, Elismar Prado, Gilmar Machado, Leonardo Monteiro, Márcia do Carmo Laro, Miguel Corrêa Jr., Odair Cunha, Reginaldo Lopes e Virgílio Guimarães. Alguém votou em algum deles? Todos, é óbvio, querem mais dinheiro. A estadia do presidente Lula é cara, embora ele só tome pinga (pelo menos na época em que o PT era vermelho), com a crise aérea o aerolula merece cuidados redobrados.
Dos 22 votos do PDT, dois deputados de Minas Gerais votaram a favor. São eles Ademir Camilo e Mário Heringer.
O PMDB é uma maravilha! Deputados das Gerais, então, fizeram a festa. Inclusive o filho do nosso prefeito, Sebastião Quintão, que marcou um belo sim para a continuação da CPMF indo contra ao trabalho de marketing desenvolvido com perfeição pela administração de seu pai que segue a lógica populista do governo Lula. Além de Leonardo Quintão, os deputados Antônio Andrade, João Magalhães, Maria Lúcia Cardoso, Mauro Lopes e Saraiva Felipe concordam com a continuação da arrecadação “provisória”.
No PP, Luiz Fernando Faria e Márcio Reinaldo Moreira desonraram o nome de Minas diante do cenário nacional. Os deputados do PR de Minas Gerais Ailton Freitas, Aracely de Paula, Bilac Pinto, Jaime Martins, José Santanade Vasconcellos e Lincoln Portela também votaram a favor da CPMF.
O tão bem votado deputado Alexandre Silveira do PPS, das bandas do Vale do Aço, também rabiscou seu sim para arrancar-nos mais dinheiro. Além dele, sua companheira de partido Geralda Thadeu. Mas, o mineiro Humberto Souto nos felicitou com seu voto contra. Prestem atenção neste deputado.
Do PSDB mineiro, dois votaram contra. São eles o deputado Narcio Rodrigues e Rodrigo de Castro. Os mineiros Juvenil Alves (PRTB), Júlio Delgado (PSB), Carlos Willian (PTC) e Mário Oliveira (PSC) não se fizeram de rogados e meteram votos à favor do imposto.
Já o Partido Verde – PV - foi uma grande surpresa. Dos seus 14 votos no geral, quatro deputados mineiros votaram a favor. Antônio Roberto, Ciro Pedrosa, Fábio Ramalho e José Fernando Aparecido de Oliveira.
O DEM votou em peso contra a CPMF. Representam as Minas Gerais no DEM João Bittar, Jairo Ataíde, Marcos Montes e Vitor Penido.
Como podemos ver, pouquíssimos dos deputados que elegemos para representar e lutar pelos direitos de Minas Gerais estão fora do esquema de ajudar o Brasil a conquistar o lugar de “o maior cobrador de impostos do mundo”.
Pensem nisso.
Aos mais desavisados, digo que uma pessoa que não se interessa por política, que vota em qualquer um ou em ninguém, deveria ter vergonha de se dizer cidadão. Quando votamos errado, não votamos apenas por nós. Votamos por um país inteiro. E essa é a grande responsabilidade.
Devemos pensar com cautela, analisar, nos informar, perguntar, nos interessar. Afinal, somos responsáveis. Mas, sem delongas, alguém deve estar se perguntando: que diabos essa mulher vem falar de política? Ano que vem que é ano eleitoral...
Vou informar como ficou o painel da votação a favor da CPMF em relação a alguns partidos e ao estado de Minas Gerais. Aos amigos, um presente para posterior análise de seu voto (afinal, tenho pouquíssimos amigos fora das Minas Gerais).
Do partido rosa, PT, não salvou nenhum dos 76 votos. Todos votaram para a continuação da CPMF. Em Minas temos os Deputados, Elismar Prado, Gilmar Machado, Leonardo Monteiro, Márcia do Carmo Laro, Miguel Corrêa Jr., Odair Cunha, Reginaldo Lopes e Virgílio Guimarães. Alguém votou em algum deles? Todos, é óbvio, querem mais dinheiro. A estadia do presidente Lula é cara, embora ele só tome pinga (pelo menos na época em que o PT era vermelho), com a crise aérea o aerolula merece cuidados redobrados.
Dos 22 votos do PDT, dois deputados de Minas Gerais votaram a favor. São eles Ademir Camilo e Mário Heringer.
O PMDB é uma maravilha! Deputados das Gerais, então, fizeram a festa. Inclusive o filho do nosso prefeito, Sebastião Quintão, que marcou um belo sim para a continuação da CPMF indo contra ao trabalho de marketing desenvolvido com perfeição pela administração de seu pai que segue a lógica populista do governo Lula. Além de Leonardo Quintão, os deputados Antônio Andrade, João Magalhães, Maria Lúcia Cardoso, Mauro Lopes e Saraiva Felipe concordam com a continuação da arrecadação “provisória”.
No PP, Luiz Fernando Faria e Márcio Reinaldo Moreira desonraram o nome de Minas diante do cenário nacional. Os deputados do PR de Minas Gerais Ailton Freitas, Aracely de Paula, Bilac Pinto, Jaime Martins, José Santanade Vasconcellos e Lincoln Portela também votaram a favor da CPMF.
O tão bem votado deputado Alexandre Silveira do PPS, das bandas do Vale do Aço, também rabiscou seu sim para arrancar-nos mais dinheiro. Além dele, sua companheira de partido Geralda Thadeu. Mas, o mineiro Humberto Souto nos felicitou com seu voto contra. Prestem atenção neste deputado.
Do PSDB mineiro, dois votaram contra. São eles o deputado Narcio Rodrigues e Rodrigo de Castro. Os mineiros Juvenil Alves (PRTB), Júlio Delgado (PSB), Carlos Willian (PTC) e Mário Oliveira (PSC) não se fizeram de rogados e meteram votos à favor do imposto.
Já o Partido Verde – PV - foi uma grande surpresa. Dos seus 14 votos no geral, quatro deputados mineiros votaram a favor. Antônio Roberto, Ciro Pedrosa, Fábio Ramalho e José Fernando Aparecido de Oliveira.
O DEM votou em peso contra a CPMF. Representam as Minas Gerais no DEM João Bittar, Jairo Ataíde, Marcos Montes e Vitor Penido.
Como podemos ver, pouquíssimos dos deputados que elegemos para representar e lutar pelos direitos de Minas Gerais estão fora do esquema de ajudar o Brasil a conquistar o lugar de “o maior cobrador de impostos do mundo”.
Pensem nisso.
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
'Momento de sabedoria'
Dia desses no 'Momento de Sabedoria' da rádio Jovem Pan:
"Qual a diferença entre os políticos e o ladrão?
- A diferença é que um você escolhe e o outro escolhe você."
Sábias palavras....
"Qual a diferença entre os políticos e o ladrão?
- A diferença é que um você escolhe e o outro escolhe você."
Sábias palavras....
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
Uma porção de tempo agora
Tempo que corre
Corre...corre
Correção e coração
Muita água
Três porções de frutas
Filtro solar e perfeição
Vida que passa
Duas porções
Inadequada adequação
Momento moderno
Cor e corre
Se cobre
Atuais paisagens passadas
Um clique ou um toque?
Uma fôrma de deformações.
Corre...corre
Correção e coração
Muita água
Três porções de frutas
Filtro solar e perfeição
Vida que passa
Duas porções
Inadequada adequação
Momento moderno
Cor e corre
Se cobre
Atuais paisagens passadas
Um clique ou um toque?
Uma fôrma de deformações.
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