Pensações

Pensações

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Entregar pra Deus

Lula 'entrega a sorte a Deus' quando entra em avião
Manchete da Agência Estado (uma das maiores do país) sobre o que o nosso presidente pensa quando entra num avião.

Vou entregar o pagamento dos meus impostos a Deus também.....

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Tomando no cu

A sujeira, por mais que escondida debaixo do chinelo, sempre sai pelos cantos. Não adianta. Não tem controle. A maior prova disso são as respostas de nossos digníssinos homens e mulheres do poder aos acontecimentos pelos quais passa nosso Brasil brasileiro. A ministra manda o povo do país tropical "relaxar e gozar" (talvez, nada mais apropiado para uma roda de homens num buteco) diante do apagão aéreo.
Agora, após uma tragédia com 200 mortos, o assessor especial de Lula para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, recebe a notícia de que o avião da Tam tinha problemas e acha isso uma maravilha!!! Liberta-se de um peso (como se 200 mortes não fosse um grande peso) com um gesto de vai tomar no cu! A quem ele estava mandando tomar no cu? À imprensa que cobra do governo uma atitude (Lula ainda não se manifestou, deve estar envergonhado depois das vaias do Pan), às famílias das vítimas que declararam que o Estado deveria ter tomado uma providência há dez meses atrás? Ou quem literalmente já tomou no cu e se encontra, neste instante, carbonizado?
Ao lado de Garcia, o assessor de imprensa do Planalto, Bruno Gaspar, também não se conteve. Mandou o povo tomar no cu em versão "coreografia de carnaval fora de época". Com um gesto de uma bela enganchada (será que essa palavra existe? no Brasil deve existir....) ele reforçou a grande preocupação do poder: se defender.
Pelo visto não importam as vítimas, suas famílias, a imagem de um país, a irresponsabilidade de quem o governa. O que importa é se defender. Cada um tira o seu (cu) da reta. Mas, para tirar o seu da reta, tem que colocar o dos outros, e esses outros são os nossos, caro leitor!
O relaxar e gozar da Marta, pelo visto, foi só as preliminares, estamos agora no ato em si. Só que por via anal.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Gente de branco

Médicos são gente de branco
Gente que no dia da dor
São o pai, a mãe e o irmão

É tempo e ação

É gente que diante de um olhar medroso
Da fragilidade do corpo
Doa sua noite sem contestação

Entre livros, princípios ativos, carne e osso
Conversa francamente com a vida
E o seu fim

Médico é gente que a cada receita assinada
Reafirma sem meias palavras
Que a vida é o mais importante!

É pressão e semblante

Médico é mesmo aquele
Que no lugar do comprimido
Empresta o ouvido

É pulso e temperatura
É odor e tato
É branco, preto ou descaderado

Médico é ciência e amor
Profissão sem pudor
Para acabar com a dor.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Boa

"O Senado parece a seleção do Dunga: você liga a TV e não conhece ninguém que está ali."
Do deputado André Vargas (PT-PR) sobre a elevada quantidade de suplentes que exercem mandato no lugar de senadores eleitos. (Folha de São Paulo).

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Poema para minha mãe

Minha mãe está internada novamente em menos de uma semana...
Pra você, mãe, o que melhor sei fazer....

Há de ti um muito em mim. Há muito de mim em ti.
Não importa quanto fostes redonda.
Não importa o quanto levaste de mim.
Também levei de ti.
Não importa se nunca me trocaste com tua mão. Tua mão tem em mim.
Já me troquei muitas vezes.
Já quis te trocar.
Talvez quiseste a mim também.
Não importa quantas vezes não me olhaste.
Tem de seus olhos em mim.
Já me olhei muitas vezes. Eu mesma, algumas nem me vi.
Já te fitei como um buço.
Não importa...
Já me afundei no teu poço. Me contorci em teu ventre.
Afoguei-me em teu leite e renasci em teu sofrimento.
Vou te levar para sempre.
Mãos e olhos, não.
Carne, alma e coração.

Manifesto pela água

Esse manifesto é escrito, assim como disse Clarice, em estado de calamidade pública. As respostas para essas questões.... essas já temos.

Que a humanidade tenha inteligência e sensibilidade necessárias para garantir esse bem às próximas gerações.
Que o homem tenha ao menos um copo de alma para começar a resgatar seu próximo explorado....o planeta.
Que a clareza de consciência se faça senhora dos nossos tempos e que em nosso tempo ainda dê tempo.
Que toda a raça julgada esclarecida não subjugue a força dos elementos da natureza.
Que todo elemento pense no todo e se dissolva nele.
Que todas as pessoas tenham a grandeza de entender que a vida não se resume à sua vida, e sim a uma raça...a raça humana.
Que todo líquido seja reverenciado como portador do maior de todos os bens.
E que no final de tudo, não tenhamos como única saída apenas uma gota de lágrima para derramar.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Urubus

Eu não posso achar normal, mesmo se tratando da minha profissão, que nós, jornalistas, vivamos, na maioria das vezes, das desgraças alheias.
Esta semana um pitbull arrancou a cabeça de um bebê de três meses aqui, perto de mim, no bairro Cariru. No outro dia, os jornais escancaravam as fotos sujas de sangue...cheiravam a sangue. Quanto a isso, ainda engoli engasgada. O bebê já estava morto, ele não viu as fotos serem feitas. O que me deixou escandalizada e enojada foram as fotos do momento em que a jovem mãe chegava à casa, com a notícia recém descoberta. Ela estava desesperada pelo que vi na primeira página. Amparada por amigos, era um pedaço de dor humana. Um zumbi acinzentado de dor. Colegas! Essa mulher não precisava ser fotografada naquele momento! A carniça ainda estava viva. É como se tirassem as calças de alguém em plena avenida Brasil.
Nós, imprensa, somos urubus. Nos alimentamos da dor com os caninos afiados. E o pior é que eu, companheiro de classe, infelizmente faria a mesma coisa. Estou começando minha carreira de jornalista. Não teria escolha. Compreendo nossas necessidades.
Mas não posso deixar de pensar que somos animais. Faria a foto. Tomaria meu banho daquele dia tentando limpar minha sujeira junto às lágrimas da castração. Tenho vergonha.
O povo quer ver? Quer. Vende-se mais jornais? Vende-se. Mas, a responsabilidade é nossa! Nós que somos (mal) pagos para pensar o que vai ser notícia amanhã e de que forma esta notícia vai chegar às casas na hora do café matinal.
Nós é que estudamos para formar opiniões e não abastecer a sociedade de sensacionalismo terrorista à custa das trajédias pessoais.
Nós que deveríamos falar de flores e crianças na escola, denunciar os políticos que esbanjam às custas do dinheiro público, colocamos na primeira página uma criança no saco preto e uma mãe despedaçada.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

O ritmo do amor

O amor está entre a poesia e o rock
Há tempos de prosa
Há momentos de ritmo

A poesia está no amor
Que as mãos façam mais que poesia
Que elas façam amor

Mão sua...minha mão
Que os dedos entrem um no outro
Dentro...

Para as mãos está o corpo
O dom...o maior dom
Que suas mãos estejam em mim

Dentro e fora
O amor nos permite isso
Estar para dentro

Mais molhado que as línguas
Mais firmes que os olhos
Mais quente..e mais dentro...
Das pernas...

Que seu prazer, encoste no meu
Leve como a poesia
Intenso como o rock