Pensações

Pensações

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Enfim, uma possível definição...


 
A sensibilidade rente ao arrepio nos coloca em contato de carne viva com o mundo e o viver. Nada passa despercebido por nossos olhos sem fazermos dezenas de conexões, sem procurar a essência do que estamos tratando e a de nós mesmos em cada momento.

Sentir com toda força, mergulhar nas coisas e nas pessoas com a alma receptiva, a todo momento, requer uma intensidade de energia maior.

Essa energia desprendida – para enxergar além do mar; para captar o coração alheio com um leve toque; para sentir que manga tem gosto de manga , mas, um quêzinho de dezembro, lá, na última nota; saber o cheiro do Natal e entender as entrelinhas na prosa com um ancião; saber que café tem cheiro de todas as oportunidades do mundo – que nos entrelaça em detalhes mínimos, nos exaure também. Suga-nos, nos engole, nos cansa e tiras as forças.

Bom seria um dia sequer possamos olhar um lago e ver ali apenas um lago.

Sensibilidade se adquire, mas quase inevitavelmente se nasce com ela. Não há escolha.

Sensibilidade é sentimento em demasia.
 

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