Ela já se acostumara à solidão. O medo de abrir os braços e não tocar ninguém já não lhe atinge mais.
Ela vivia...
Só vivia....
Prestava atenção nas árvores e sabia que nelas encontrara grandes amigas. O medo da solidão fora embora na cesta de doces da vovó.
O lobomau que tanto a assombrava já não lhe acelera o coração.
Trocou a solidão por ela mesma. Fez o melhor negócio. Assim, encontrou seu próprio tom. Aprendeu a dançar a música que todos ouvem, mas em coreografia própria.
A solidão agora é marionete em suas mãos. Enquanto dança a música que todos ouvem, balança sorrateira o sentimento do ninguém a vir.