No verão
Te esquentaria, com a sagrada permissão
Mais que a grande estrela
Quando no outono
Pintaria todas as secas folhas
Para, simples, te alegrar
O meu corpo seria escudo
Para que o vento frio do inverno
Suave brisa se tornasse
Viva a primavera!
Fui colher todas as flores para você me enfeitar
Procurei no campo...
Na relva...
Nos parques...
Nos jardins...
Nos quadros de Monet...
Até nas lágrimas que por vezes regam...
Mas elas, as flores, não estavam lá.
Esse blog é uma tentativa de não usar Prozac. Escrever é uma doença incurável. Mas, com certeza, uma das mais belas doenças.
Pensações
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
Com ela há trinta anos
Surpreendente é saber que há trinta anos eu a conheço. Nunca nos separamos. Algumas vezes apenas me distanciei, não lhe tratei com o amor que ela merecia, me descuidei de seus sentimentos em função de outras pessoas, mas...só, só isso. Bom, algumas vezes a deixei jogada na cama sentindo pena de si mesma depois de uma decepção. Mas ela sempre estava ali, mesmo quando eu não a queria por perto.
E aos poucos, lua pós lua, vou a dissecando. Com ela há trinta anos, sinto que abri um pedacinho só e ainda estou com ele na lupa sem entendê-lo por completo.
Não posso mentir. A cada dia a sinto mais próxima, maior. Sei que ela sabe o que quer, mas eu não. Numa dessas noites de chuva perguntei: o que você quer da vida? Ela fez cara de mistério e revelou algumas pequenas coisas pedindo sigilo absoluto. "Não conte a ninguém. Isso é entre eu e você".
Entre eu e ela não existe abismo, mas a ponte se faz necessária. Certo que é uma ponte móvel, assim como aquela escada que fica na área de serviço para usarmos quando temos que pegar a mala lá no alto ou trocar a lâmpada queimada. Ponte pra momentos de descuido, momentos que eu a deixo de lado. Construir essa ponte demorou muitos anos, diria décadas. Boba que fui, pensei que como não existia abismo, não precisava de ponte. Mas precisa!
E nos momentos que o mundo, as circunstâncias, as pessoas ou a vida me afastam dela através do grande pedaço desconhecido, e a fazem sofrer, coloco delicadamente minha ponte e chego perto para dizer que comigo ela pode contar...sempre.
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