Quem é capaz de desenrolar um carretel, aqueles, da linha bem fina, e traçar a fronteira exata entre o incapaz e o normal, o louco e o são? Caso haja alguém com tal destreza, aviso: não será uma linha reta.
Somos feitos de muitos contornos e oscilações. Uma parte de nós pode alcançar o Himalaia e, logo na próxima medida, afundar no mais profundo dos oceanos.
Não somos isso ou aquilo. Somos muito e pouco, grande e pequeno, cheio e vazio. Tudo ao mesmo tempo.
Que medida é usada para julgar um irresponsável? Qual aparelho mede a dor de uma pessoa? E o amor que ela pode dar?
Quantas noites de amor uma mulher deve ter para nomeá-la vagabunda? E o número exato de mulheres um homem deve ter para ser um cafajeste? Pois é certo que há o cafajeste de uma mulher só e o cavalheiro de muitas.
Onde está a fita métrica que mede a sensibilidade do poeta e o verdadeiro esforço de quem é considerado operário padrão?
Quem é o órgão responsável por dar o selo de qualidade a um ser humano? Podemos ser testados pelo Inmetro?
Onde está a régua da imperfeição e a calculadora do certo? Onde?
Nenhuma teoria de Einstein explicou, Newton não criou sequer o esboço de uma lei para designar quem é quem, porque ninguém é apenas quem, uma parte de ninguém. Somos uma mistura de tudo que não se pode medir.
Julgar uma pessoa, sentenciar destinos é enfiar uma pessoa num pote hermético e socar até que ela caiba, pois para quem julga aquela é a medida certa de outrem.
Quem nesse mundo está habilitado a dizer que Bill Gates, com seus bilhões de dólares é mais feliz que meu avô que mora numa casinha no interior de Santa Catarina, onde as pessoas conversam com os animais e a cidade abriga um mar de águas mansas?
Esse blog é uma tentativa de não usar Prozac. Escrever é uma doença incurável. Mas, com certeza, uma das mais belas doenças.
Pensações
domingo, 29 de agosto de 2010
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Libido
Iria lhe sorver
Quando meu calor te aquecesse
Cada gota do suor sagrado
Que acontece quando dois corpos se misturam
E se confundem
E se penetram
Todo seu líquido seria meu
E eu...
Com apenas gestos
Em oferenda
Lhe retribuiria
Todas as estradas que meu corpo percorreu.
Quando meu calor te aquecesse
Cada gota do suor sagrado
Que acontece quando dois corpos se misturam
E se confundem
E se penetram
Todo seu líquido seria meu
E eu...
Com apenas gestos
Em oferenda
Lhe retribuiria
Todas as estradas que meu corpo percorreu.
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