Voltando do trabalho, no final da tarde de uma quinta-feira, pequei o ônibus errado. Doida para chegar em casa e toda feliz porque o ônibus havia demorado muito, estava eu lá, sentadinha em uma das cadeiras desconfortáveis do nosso transporte público.
Fone de ouvido na orelha, escutando um Cazuza das antigas "prá que mentir...fingir que perdoou, tentar ficar amigos, sem rancor...", começo a estranhar o caminho. Mas como ainda conheço pouco os trajetos de minha nova cidade, preferi achar que estava tudo bem.
Seis músicas depois, me deparo com o ponto final, sem ao menos ter idéia de onde estava. Olhei para trás e vi que já não havia mais ninguém dentro co carro. Era eu, só eu.
-Motorista, que ônibus é esse?
-É o 9110, minha filha.
Puta que pariu! O meu era o 4110.
Distrações à parte, me informei e voltei todo o caminho de novo para pegar o ônibus certo e seguir o trajeto que me levava ao meu destino.
Destino, pensei.
Pegar o ônibus errado, seguir por um caminho estranho e depois descobrir que não era bem por ali que você queria passar para alcançar seu objetivo. Assim também é a vida. Muitas vezes pegamos o caminho que teoricamente é o errado. Pessoas erradas, projetos errados, relações erradas, atitudes erradas....mas só, depois, descobrimos que não era aquilo que queríamos. No percurso, sempre desconfiamos, mas só temos certeza, quando chega ao fim, ao ponto final.
Eu observei o caminho, vi coisas diferentes, bares que gostaria de ir, lojas que queria conhecer, pessoas sentadas na calçada de suas casas, na maior tranquilidade, sem preocupação alguma com a vida passando, casas bem cuidadas, diferentes, sujas, largadas. E eu só sei, agora, que quero ir a esses bares, conhecer essas lojas, pensar em deixar a vida passar sem preocupações porque peguei o caminho errado, caso contrário, nem saberia que isso existe.
Fazer uma escolha errada na vida, implica ganhos e perdas, assim como as escolhas certas. Não há diferença. O que pode acontecer de pior é você chegar um pouco atrasado ao seu destino, mas com a mente recheada de novos sabores, cores, cheiros, e algumas pequenas e novas certezas.
O que importa é que pegando ou não a estrada certa na nossa breve existência nesse planeta, sempre chegamos ao nosso destino. A diferença está em como enxergamos esses caminhos e no que nos transformamos no final. Portanto, não existe o ônibus certo ou errado, menos ainda o caminho. É só uma questão de ponto de vista. Aproveite o presente, afinal de contas o nome já diz tudo: presente. E se no final você chegou atrasado....foda-se, a experiência ninguém te rouba.
E segue a vida....
Esse blog é uma tentativa de não usar Prozac. Escrever é uma doença incurável. Mas, com certeza, uma das mais belas doenças.
Pensações
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Amor em culpa
Quase sem saber
Me confundo
E acabo
Te confundo
De tanto saber
E disparo
E sem querer
Te misturo
E consagro
Mas amargo em culpa
Por saber que te laço
Sem te merecer
E te levo
Lá pro fundo, meu profundo
Onde você não deveria ter.
Me confundo
E acabo
Te confundo
De tanto saber
E disparo
E sem querer
Te misturo
E consagro
Mas amargo em culpa
Por saber que te laço
Sem te merecer
E te levo
Lá pro fundo, meu profundo
Onde você não deveria ter.
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